Cartas no Buteco

“Nossas noites são vastas…
Nossas noites são fartas…
Somos andarilhos do destino…
Somos cães jogando cartas!”
Callis Morius

Itaúna é uma cidade muito interessante de se conhecer e de se viver. Apesar de em alguns momentos eu reclamar sobre a falta de opções para uma noite de terça-feira. Mas uma boa opção é sempre sair de bar em bar até trombar com os |Bons Companheiros|, um grupo muito peculiar de malucos que topam qualquer parada, em qualquer situação, faça chuva ou faça sol.

Hoje a opção da noite foi sentar num bar aqui da cidade, chamado Gula & Gole, no qual um grande amigo (um dos melhores) é garçom. Profissão difícil, percebe-se em poucos instantes. Haja paciência para atender aos pedidos (às vezes maliciosamente desnecessários) de centenas de pessoas que passam por ali para desfilar os mais variados gostos, costumes, opções e falta de opções.

Por ali já vi muita gente boa. E também já vi muita gente melhor ainda. Em cada conversa, regada a cerveja (eles, claro) e refrigerante (eu, claro), aprende-se muito sobre como são as pessoas, suas visões e suas ambições. Tudo completamente justificável a partir do momento em que continuam a ser elas mesmas, ou seja, afastadas de falsas vontades e afastadas de máscaras que sorriem para você enquanto um punhal arranca-lhe as mais profundas lágrimas.

Já experimentei desse punhal, mas, não há o que fazer. Não posso parar de confiar nas pessoas. Não posso me afastar delas por causa de uma ou duas pessoas que pareciam valer a pena, e não valem absolutamente nada. Mas de pessoas assim o mundo está cheio e nas exceções, nos Andarilhos, que vale a pena investir, afinal, de madrugada em madrugada, de trago em trago, de gole em gole, conhecemo-nos uns aos outros com a certeza de saber os riscos que se corre, pois a relação é sincera. E sinceridade, meus caros, é impagável.

Mas deixando os devaneios de uma mente prejudicada pelas mentiras de falsas amizades de lado, voltemos ao que nos interessa: as cartas, os jogadores, os cigarros, as bebidas e o buteco (é claro). O jogo da noite foi eleito ainda no buteco anterior: PONTINHO. rs rs

Apesar do nome simpático, Pontinho é um jogo que facilmente faz você aprender a controlar suas vontades. É um jogo que te faz observar o jogo como um todo e as ações de cada jogador como promessas das próximas rodadas. Quem sabe observar se sai bem nesse jogo. E quem não sabe pode ter a chance de aprender, ou depender (em vício) da sorte.

Éramos quatro na mesa anterior. E éramos quatro ainda poucos minutos atrás. Jogando cartas, fumando cigarros, bebendo nossas sortes e rindo das conversas que mal se completavam ante os mistérios oriundos das cartas na mesa e dos sorrisos estranhos no rosto.

Éramos quatro jogadores. Quatro caras gastando a noite de terça com um programa que poderia ser, em algum momento, julgado como coisa de vagabundo. Bom… não posso dizer por todos que fazem o mesmo, mas se vagabundar for isso, todo vagabundo tem a oportunidade de vir para o papel (virtual) relatar com deliciosas histórias de cada noite.

[[(Estou muito disperso hoje… talvez seja a sobriedade.]]

Naquela mesa não existiam Urbanos, nem Desolados, nem Aventureiros da Noite. Apenas Andarilhos. Apenas jogadores interessados nos próximos segundos, interessados nos próximos instantes, nas próximas cartas. E o tempo escorreu ali. Horas se passaram e o jogo começou a ficar mais interessante. Todos estavam prestes a perder (atingir 100 pontos). O placar era: 88, 80, 84 e 79. Todos muito próximos da guilhotina. O resultado não faz diferença. Vale lembrar que houve estratégia no final de tudo e aqueles que dependiam da sorte foram os primeiros a arcarem com fatais consequências. E na vida é assim também. Confira se quiser!

2 Responses to “Cartas no Buteco”

  1. Pontinho… Oo
    O jogo já se torna atrativo por ter esse nome!!!Depois quero conhecer..
    Eu não pediria nada melhor para uma terça-feira do que isso.. Afinal, como você mesmo diz: “de madrugada em madrugada, de trago em trago, de gole em gole” conhecemos ótimas pessoas que fazem valer a pena as andanças. Pq de que vale deixar de desfrutar das coisas boas por causa de “uma ou duas pessoas que não valem a pena nem investir”.

    A gente tromba por aí amigo..
    Na noite.

  2. That was a intriguing read|. Your insights were very informative and made me reconsider the recent trends in these areas. If only more writers are as cognizant and as passionate about telling the population about these issues as you, we aspiring journalists wouldn’t get a really bad rep. Thank you for expressing yourself so articulately. You made my day.

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